quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

TODAS AS FACES DO AMOR

Os gregos dispunham de quatro palavras para definir o amor. A primeira palavra grega também dava o nome ao deus do amor: Éros (Culpido); refere-se ao amor romântico — o amor entre os sexos. A segunda é storgé, amor entre os membros da família. A terceira é filía, referindo-se à afeição sentida por amigos. E a quarta é agápe, um amor baseado em princípios, ao invés de nas emoções ou egoísmo.


Os escritores clássicos do grego, tais como Platão, Sócrates e Aristóteles usaram repetidas vezes a palavra éros em seus escritos. No entanto, o mais lido dos livros escritos originalmente em grego, a Bíblia, fala pouco sobre o amor éros – em sua maioria refere-se a agápe. Muitas pessoas acreditam que a Bíblia não fala sobre o amor romântico, mas é possível encontrá-lo em vários relatos. Uma dessas histórias é de uma sulamita que amava um jovem pastor. Note suas palavras:


“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é tão forte como a morte, a insistência em devoção exclusiva é tão inexorável como o Seol. Suas labaredas são as labaredas de fogo, a chama de Jah. Mesmo muitas águas não são capazes de extinguir o amor, nem podem os próprios rios levá-lo de enxurrada.” — Cântico de Salomão 8:6, 7.


Outro exemplo notável desse tipo de amor é o caso de Jacó, que pelo visto apaixonou-se da bela Raquel à primeira vista. De fato, “Jacó passou a servir sete anos por Raquel, mas eles se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias, por causa do seu amor por ela”. — Gênesis 29:17-20.


O maior poeta da língua portuguesa, Luis de Camões, se inspirou nesse relato para escrever este soneto:

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.


Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando se com vê la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.


Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;


começa de servir outros sete anos,
dizendo: —Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.

Um comentário:

  1. Maravilhoso essas historias de amor dos tempos biblicos não é? A sulamita com seu doce pastor a doçura do amor que demonstraram ter é inconfundivel,olha que só perde para o tema do amor incondicional onde nos mostra um casal de velhinhos ao qual sua senhora sofria de Mal de Alzheimer num lar para velhinhos e mesmo assim ele a visitava como se fosse o primeiro dia em que se conheceram,mesmo ela não se recordando dele o amor dele era incondicional,não queria perde-la por nada assim como a sulamita não queria perder o amor do seu pastor.É uma pena que amor como esses hoje são raros.Mas o tempo é capaz de mostrar que td tem o seu tempo kikiki.
    Dimaís o texto.
    Li*_*

    ResponderExcluir